SEJA BEM VINDO AO MUNDO DO PIT BULL

domingo, 14 de agosto de 2011

A verdade sobre os PitBulls

PIT BULL MORRE PARA SALVAR SEU DONO EM LAGES- 21/09/2007


Thor, um cachorro da raça Pit Bull, de um ano e seis meses de vida, está à beira da morte por causa das mais de 300 picadas de abelhas, recebidas enquanto tentava salvar seu dono, o torneiro mecânico Tiago Barbosa Andrade, morador do bairro São Miguel, em Lages.
Na última sexta-feira à tarde, como de costume, Tiago saiu de casa, acompanhado pelo cachorro, para pescar no rio Caveiras, em um local que fica nos fundos da área conhecida como Morro do Prudente. Lá, também como fazia periodicamente, atravessou o rio por cima de uma tubulação. Quando chegou do outro lado, percebeu que o companheiro havia ficado na outra margem. Voltou para ver o que tinha acontecido e quando chegou viu que Thor estava sendo atacado por um enxame de abelhas. "Corri para tentar livrá-lo das abelhas, mas ele não deixava que me aproximasse, impedindo, assim, que as abelhas me atacassem também",


Contou Tiago. "Mesmo assim, os insetos vieram para cima de mim e o Thor veio me ajudar. Puxou meu moletom até que as abelhas saíssem. Mesmo assim, recebi picadas por todo o corpo e muitas delas ficaram presas ao meu cabelo que tive que cortar", contou ele.
Para proteger o dono, Thor corria cada vez que Tiago se aproximava, até que se perdeu e, apesar das buscas, somente foi encontrado, por pescadores, na tarde de sábado (10). Foi o irmão de Tiago quem encontrou com os pescadores quando eles carregavam o animal, quase desacordado, cheio de marcas dos ferrões que recebeu. O cão foi levado ao veterinário.
Thor foi atendido pela médica veterinária Caril Schweitzer Dalmolin que, desde o internamento, utilizou-se de todos os procedimentos possíveis para o quadro do animal que, pelo número de picadas e grande quantidade de toxinas (apitoxina) no organismo, apresentava nefro e hepatoxicidade, com sinais de icterícia, além de vômito, sangramentos (hematemese) e convulsões neurológicas. "Em todos os anos de profissão já assisti muita situação, mas esse caso me comoveu. O cão, literalmente, deu a vida pelo dono, numa atitude de coragem e dedicação", disse a veterinária, emocionada. "Foi uma lição de vida, vou guardar o olhar dele para sempre", completou.
Apesar dos esforços o animal não reagiu a nenhum dos tratamentos, apresentando comprometimento de diversos órgãos. Thor morreu por volta das 15h30min de ontem. "Se ele não tivesse morrido teria que optar pela eutanásia para libertá-lo do sofrimento", argumentou Caril.

Caril chama a atenção para o fato de que os cães da raça Pit Bull são considerados agressivos, isso porque são o resultado de uma mistura de raças, criada para a defesa e o ataque. "No entanto, assim como existem as pessoas boas e as más, também existem os cães bons e os maus", frisou ela. "Os Pit Bulls são da mesma forma: se forem criados com amor, carinho e dedicação, serão cães dóceis e companheiros de seus donos", concluiu ela.
Tiago conta que pegou Thor quando ele tinha cinco meses e sempre procurou criá-lo junto a outras pessoas, sempre com muito carinho. "Ele não era um cão agressivo", concluiu o torneiro mec

RENEGADOS

Aos oito anos, o pit bull Storm acaba de ganhar uma companhia da mesma raça.

Trata-se do pequeno Aquilles, que, com três meses de idade, ainda é poupado dos incômodos de que padece seu irmão: o enforcador e a focinheira. Os equipamentos de segurança, de uso obrigatório em espaços públicos (conforme determina a lei estadual 11.531), são fichinha perto do que desejam os autores de dois projetos de lei que aguardam votação na Assembléia Legislativa. Um deles obriga a esterilização de cães da raça pit bull e de raças resultantes de seu cruzamento e o outro proíbe a importação, comercialização e criação desses cães (além dos dois projetos, há outros cinco de conteúdo semelhante arquivados, mas que ainda podem ser aprovados).

A retaliação não é gratuita. Em razão dos sucessivos ataques ocorridos na capital, a raça hoje é tida como "criminosa" por boa parte da população. E, ao que parece, também por alguns donos, que têm desistido da criação e abandonado seus pit bulls. Até o início deste mês, o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo resgatou 955 cães da raça, índice que aponta um crescimento de quase 200% em relação a todo o ano de 2006, quando 350 cães foram recolhidos pelo CCZ.

"Devido às últimas notícias [sobre ataques de pit bulls], só em setembro, recolhemos 269 cães. As pessoas ficam assustadas, sofrem pressão de vizinhos e acabam entregando seus cães mesmo quando eles são calmos e não demonstram agressividade", diz Arquimedes Galano, médico veterinário e subgerente de vigilância e controle de animais domésticos do CCZ. Segundo Galano, antes de abandonar um pit bull, é importante avaliar se o animal alguma vez demonstrou sinais de agressividade, como rosnar, ou fez qualquer menção de ataque aos seus proprietários. Se a opção escolhida for entregar o animal, jamais se deve abandoná-lo aleatoriamente nas ruas, pois essa atitude traz riscos tanto para a população quanto para o cão. Basta entrar em contato com o CCZ e solicitar o recolhimento.

Mas nem todos acreditam que pit bulls têm natureza assassina. Há quem defenda que tudo depende da maneira como o animal foi criado. "É um erro acreditar que todos os pit bulls são agressivos. Na América Latina, a situação é complexa. Por pressão social, muitas pessoas estão abandonando esses cães, e, com isso, o problema só aumenta", afirma Néstor Alberto Calderón Maldonado, médico veterinário e presidente da Associação Veterinária Latino-Americana de Zoopsiquiatria e docente da Universidade de La Salle, na Colômbia.

Storm é um pit bull bonzinho, garante o dono. O professor de boxe Rafael Fabregat, 30, diz que, quando passeia com o cão no Ibirapuera, ele serve até de cavalinho para as crianças mais desinibidas, sempre com a aprovação das mães. "O Storm é muito tranqüilo, nunca rosnou ou ficou agressivo. Quando vê uma criança, como alguns filhos de amigos que nos visitam, acaba se escondendo porque sabe que, inevitavelmente, vai levar puxões de orelha", diz.

Mas, mesmo os aparentemente dóceis, criados com carinho, podem um dia ter um "surto" e atacar quem estiver mais perto? "A genética e o ambiente são os responsáveis pelo comportamento. Se o cão for tratado num meio sem nenhuma agressividade, tende a ser calmo. Mas ele tem uma agressividade de origem genética, que pode ou não o fazer reagir violentamente. É possível socializar alguns, não todos", afirma Marco Antonio Gioso, 43, presidente da Anclivepa (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) e professor do departamento de cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

"O fenômeno da agressividade existe quando há maus-tratos. As pessoas são co-responsáveis pelo comportamento de animais agressivos, seja porque ocasionam essa situação, seja porque não gerenciam o problema", ressalta o veterinário colombiano Maldonado.

Agressividade genética
Segundo especialistas, todo cão, independentemente da raça, já nasce com um gene de agressividade relacionado ao seu instinto de sobrevivência, uma vez que descendem de animais que não eram domesticados. É possível definir o grau de agressividade de um animal através de testes específicos realizados apenas por veterinários, que os submetem à situações adversas.

Independente da má fama que ronda a raça, o pit bull mantém seus simpatizantes. Defensores ferrenhos, muitos donos nem sequer pensam em abandonar seus cães, apesar das estatísticas.

Michaella Morena, ou Mika, uma pit bull de dois anos e meio, é responsável pela alegria da família e da criançada, principalmente de Gabriel de Oliveira Couto, 9, afilhado da dona da cadela, que não resiste às brincadeiras do animal.

"A Mika é superdócil e manhosa. Não late para nada e, quando recebe uma bronca, abaixa suas orelhinhas e imediatamente se recolhe em sua casa. Ela dorme abraçada com a gente, como um ursinho", derrete-se a dona, a psicóloga Luana de Souza Morena, 23, que, apesar da onda de ataques, nunca temeu sua pit bull.

Criador de pit bull terrier desde 98, ano em que adquiriu seu primeiro "exemplar", Marcos Botelho defende o aprimoramento genético da raça, escolhendo as cruzas e os futuros proprietários dos filhotes.

De acordo com Botelho, trata-se de uma raça amorosa, dedicada e apaixonada pelos donos. "As histórias e fatos ocorridos, acidentes causados ou provocados, são a imagem da criação indiscriminada de animais sem procedência. Acompanho sempre as notícias sobre acidentes envolvendo a raça e jamais vi um animal aparentando ser bem-criado ou de criação responsável", diz.

Diante de controvérsias sobre o grau de agressividade dos pit bulls, alguns donos estão buscando caminhos alternativos para continuar criando seu animal de estimação de maneira saudável, mais livre e, acima de tudo, evitando amedrontar as pessoas nas ruas. É o caso de Sadam, 6. Para minimizar o tormento ocasionado pelos acessórios de segurança, o arquiteto Daniel dos Santos Moreira, 25, dono do cão, diminuiu os passeios nas ruas da cidade. "Agora, saímos menos porque a focinheira o maltrata muito. Prefiro levá-lo com mais freqüência para a chácara, onde pode ficar à vontade", conta.

Para o veterinário especializado em comportamento animal e professor da Faculdade de Psicologia da PUC, Mauro Lantzman, o pit bull é uma raça nova e, por isso, tem um comportamento imprevisível. "O pit bull é mal adaptado. Ele não é próprio para viver em sociedade, mas não podemos generalizar", diz. "Se você sociabiliza bem, se tem dominância sobre o animal, há menos chance de ataques. Mas nunca incentivaria a compra de um pit bull. Quem quiser ter tem que pesquisar. Não dá para bobear."


PIT BULL SÓ É VIOLENTO QUANDO RECEBE TREINAMENTO - 01/01/2001

Há denúncias de rinhas de Pit Bull em Aracaju, apesar de se registrar poucas mordidas envolvendo a raça.

Andréa Vaz
Da redação CINFORM

A pit bull Mel é treinada, mas não para matar. Aos dois anos, ela é dócil e brincalhona, assim como seria todo pit bull, de acordo com criadores e veterinários. Tanto que das 67 mordidas de cães, em média, registradas por mês na Divisão de Epidemiologia, da Secretaria Municipal de Saúde, quase nenhuma envolve a raça com fama de assassina.

Mas mesmo assim os cães viraram um pesadelo nacional e quase todos temem ser a próxima vítima ao dar de cara com um fila, um rotweiler ou um pit bull. "Tenho amigos que têm pit bulls. Eles dizem que os cachorros não mordem, mas tenho receio da raça", Maressa Garcia, professora de educação física.

Mordida de cão é caso de saúde pública e de segurança. No ano passado foram registrados 734 casos só em Aracaju. De acordo com a chefe da Divisão de Epidemiologia, Deborah Moura, até maio deste ano 280 pessoas foram mordidas por cachorros. Ela ressalta que o número é alto e que na maioria dos casos os cães que atacaram têm dono.

O veterinário Tiago Rego garante que o pit bull é um cachorro como qualquer outro. "O problema é que há muito dono mau, que só treina o cachorro para brigar, e outro tanto despreparado, que não sabe criar o animal", atesta ele. Mas quem lê nos jornais os casos de pessoas atacadas pela raça com fama de assassina duvida que Mel viva em harmonia até com desconhecidos e ande ao lado de bebês. Mas a dona da cadela, a empresária Jane Rego, avisa que as aparências enganam e quem faz o cachorro é o dono. "O problema não é o animal. É o dono. O dono é que é o vilão", diz a empresária.

Segundo Ricardo de Aquino Resende, ex-presidente do Kannel Clube de Sergipe, a origem da má reputação vem das famílias que cuidam do animal. "Maus-tratos e treinamento para rinhas transformam cães em monstros, em assassinos", salienta ele. Para Ricardo, o que se deve discutir é a responsabilidade civil e criminal do proprietário em relação aos atos do cão. "O problema real é de falta de aplicação do que já está previsto na lei. Em casos de ataque ou morte causada por animais, o Código Penal prevê pena de prisão para os proprietários. Nos Estados Unidos a lei é aplicada e a Justiça já condenou diversos donos de cães de prisão por homicídio culposo. Mas no Brasil a lei não é aplicada e a impunidade impera", assinala ele.

Gina Brandão Blinofi, gerente do Centro de Controle de Zoonose de Aracaju, reconhece que a lei existe e não é cumprida. "Existe uma lei municipal, por exemplo, que regulamenta que todos os animais ferozes devem ser conduzidos com coleira tipo enforcador, com mordaça e conduzido por alguém com idade igual ou superior a 16 anos. O problema é que a lei não é cumprida. Mas também formularam a lei e não colocaram nenhum órgão para fiscalizar seu cumprimento", assinala Gina.

Assim como veterinários e criadores, Gina diz que os problemas dos pit bulls são os donos, que torturam os bichos para torná-los ferozes e furiosos para as disputas em rinhas. "A raça por si só é uma mistura produzida. Além disso, há pessoas que utilizam esses animais para rinhas. São treinados para ser agressivos. Na verdade, o animal é o espelho do dono, o reflexo do dono. Está comprovado cientificamente", disse.

Segundo Ricardo, a rinha é um triste espetáculo de crueldade contra animais em que dois cães são colocados num ringue para brigar. A batalha só termina quando um dos donos desiste da luta ou um dos animais morre. De acordo com ele, para atiçá-los, os preparadores usam animal vivo de outra espécie como isca, que pode ser um coelho ou uma galinha.

"É uma preparação de guerra. Uma das técnicas cruéis usadas para treiná-los para a rinha é prendê-los por vários dias num buraco de 2 metros de profundidade por 1 metro de largura. Infelizmente, há muitas rinhas de pit bulls em Aracaju", denuncia Ricardo. A pessoa capaz de praticar tanta maldade contra um animal pode matar uma outra. Dados do FBI, departamento de investigação federal dos EUA, mostram que cerca de 80% dos assassinos americanos começaram torturando animais. A história de Russel Weston é exemplar.

Em 1998, ele entrou no Congresso Americano e atirou em três pessoas. Minutos antes, havia matado os gatos do pai. No Brasil, o caso mais famoso é o do maníaco do parque, Francisco de Assis Pereira. Antes de matar mulheres em São Paulo ele tinha o hábito de abusar sexualmente de cadelas.


PIT BULL AJUDA NA TERAPIA DE CRIANÇAS E JOVENS COM PROBLEMAS MENTAIS- 10/10/2009

A Associação PitBull Oeste foi criada com o intuito de responder à necessidade de defender os direitos dos cães entendidos pela lei como potencialmente perigosos.

As notícias de ataques destes animais surgem com muita regularidade, no entanto não são esclarecidas as causas que os levaram a atacar. Quer seja por medo, espirito de guarda ou por provocação existe sempre alguma razão para o ataque de um cão, e mesmo que esta não seja explícita e compreensível aos mais cépticos, a culpa terá de ser sempre atribuída ao seu dono, que falhou na sua educação e nunca ao animal.

Não existem cães potencialmente perigosos, existem sim cães com muito potencial e com donos perigosos.

A Associação PitBull Oeste efectua também terapia com crianças deficientes e reabilitação de cães utilizados anteriormente em lutas.


A FERA DA FÚRIA DO HOMEM: PIT BULL



Quando um Pit Bull ataca alguém, a imprensa publica com o maior destaque. Mas todos os outros Pit Bulls, que dia após dia fazem apenas coisas dignas de admiração, continuam completamente anônimos.


Vários Pit Bulls trabalharam como cães de resgate após o atentado de 11 de Setembro.
Arriscaram suas próprias vidas e se machucaram salvando pessoas que nem conheciam, e ninguém soube disso.
Os voluntários com cães de outras raças eram entrevistados, mas os que tinham Pit Bulls só apareciam passando ao fundo e vasculhando os escombros.


Os Pit Bulls são tratados como se fossem todos criminosos.
No mundo inteiro, existem Pit Bulls trabalhando como cães de Polícia…
…Pit Bulls que fazem terapia com crianças, idosos e doentes em hospitais e abrigos…
… e Pit Bulls que fazem parte de milhares de famílias, protegendo-as ou simplesmente lhes dando alegria e amor.
Mas estes NUNCA aparecem no jornal ou na tv.
O público gosta de ver violência, e não cachorros lambendo e abanando o rabo.


Pit Bulls de caráter irretocável são a regra, e não a exceção da raça.


Por este motivo é que quem realmente conhece a raça, a defende tanto: CONFIANÇA.
Ham, um pitbull que desde filhote era colocado em rinhas por seu primeiro dono. Muito ferido, foi salvo da morte pela polícia. Ham perdeu seu olho esquerdo, mas não sua capacidade de amar. Foi adotado e vive hoje nos EUA com sua nova família, que o define como "o cão mais carinhoso e alegre do mundo". Este é o verdadeiro convívio que um Pit Bull pode proporcionar.
Por isso é que tantas pessoas amam e defendem esta raça de cachorro.

E agora querem criar uma lei que esterilize todos os Pit Bulls, para causar sua extinção a médio prazo. A raça humana, a mais temível de todas, extermina diariamente dezenas de milhares de animais de inúmeras espécies, inclusive da sua própria.
Pais matam seus próprios filhos, filhos matam seus pais. E ainda não há leis suficientes para nos proteger dessa ameaça que é o Homem – o único animal que mata por prazer e por dinheiro, e o único a treinar filhotes de outros animais para matarem por ele.


O grande pecado do Pit Bull foi não saber escolher suas amizades. Querer ter, como melhor amigo, logo o Homem.
E agora, como se proteger da fúria deste animal violento e cruel?

Ótimo texto em todos os aspectos, as imagens também ilustraram muito bem. Lembro que uma vez, quando era bem mais nova escrevi um texto sobre isso, era uma redação do colégio com o tema "Quem sou eu", e eu poderia ser qualquer coisa, escolhi ser um Pit Bull. Nesse tempo o assunto tinha alguma polêmica mas não era o assunto da hora, e lendo esse texto não consigo entender como algumas pessoas não percebem que o homem procura sempre alguém para culpar. A mídia se aproveita disso, sempre se aproveitou, a mídia coloca a etiqueta de VILÃO E MOCINHO e as pessoas caem no conto, nasce o ódio "platônico". Resumo aqui meus comentários já que o texto não deixa a desejar.

FONTE:(http://www.pitcao.com.br/index.asp ,ESTE SITE DIVULGA AS DIFICUDADES DE UM PIT BULL)

ESPORTE OU MASSACRE

Tiro ao pombo é um esporte perverso

Este esporte não passa de um extermínio. Os pombos são levados para a arena em caixas de metal, simetricamente dispostas no chão a 27 metros de distância do atirador. Sob um comando eletrônico, por fichas, uma dessas caixas se abre sem que o atirador saiba de antemão. Se o pombo cai ferido ou morto dentro de um raio de 16 metros, o atirador marca ponto e continua a prova. Se
a ave for abatida a uma distância superior a 16 metros ou conseguir sobreviver e voar além desse limite, o atirador, que pode disparar até dois tiros de cada vez, perde o ponto. Em até quinze tiros ele tem direito a errar um pombo. Caso erre mais de uma vez, estará então eliminado da prova. O campeão é aquele que não deixa de matar nenhum pombo nos dias de competição.

Milhares de aves são mortas, para servir de alvo a atiradores sequiosos de provar sua boa pontaria. A condescendência social para com essa prática só poderá corromper a nível infra-humano a nossa juventude, deformando-lhe a consciência e criando raízes para futuros genocidas. Um país que autoriza a matança de seus pássaros é um local propício à escravidão e à barbárie. Comprazer-se com a matança de animais é preparar-se para o crime. O homem é o único animal que mata de propósito e tem que trabalhar para se redimir da culpa de tão odioso privilégio.

Nós não podemos aceitar impavidamente a vigência de leis que outorgam ao homem o direito de se deleitar com a dor e de exercitar suas baixas paixões na realização de um festival de sangue. Torna-se, pois, urgente a mudança da nossa atual legislação, no sentido de se proibir o tiro em alvos vivos. Quem quiser demonstrar sua boa pontaria, que use alvos mecânicos. Já existe, em uso, o chamado "pato doido", que é uma máquina que arremessa pratos por sobre a copa das árvores. Existe, ainda, a "fossa olímpica", um total de quinze máquinas a arremessar pratos numa velocidade de até 140 quilômetros por hora e nas alturas e direções as mais variadas. Existem métodos substitutivos que possibilitam ao cidadão a oportunidade de apregoar sua perícia na arte de atirar, sem que seja necessário matar.

Nós, da Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal, esperamos que os legisladores sigam a nossa rota, pois acreditamos que a proteção animal poderá se transformar num verdadeiro tratado de paz, em todas as latitudes. Segundo a nossa razão, é tão absurdo o massacre das espécies quanto toda forma de racismo.

BRIGA DE CÃES

Um cão criado para briga vive abrigado no escuro, deitado sobre os próprios excrementos. Para descarregar a tensão constante ele morde a correia que o aprisiona. Seu treinamento é terrível: antes de tudo ele é obrigado a correr durante horas por percursos longos ou sobre esteiras rolantes. É obrigado a vencer obstáculos e, para fortalecer os músculos do maxilar ele é obrigado a puxar com os dentes charretes com 800 quilos de ferro. Isto durante horas. Esta é a vida de um pit bull treinado para as brigas.

Sua alimentação é composta de animais feridos, mas ainda vivos, o que serve para torná-lo mais feroz. Na maioria das vezes a vítima é um gato propositalmente ferido. O cão o recebe como recompensa depois do treinamento cotidiano. Esse cão é treinado para agredir e matar depois de receber determinados sinais , tais como ter uma ponta de cigarro apagada em sua testa.

O treinamento para combate submete o cão a várias torturas, como por exemplo coleiras elétricas. Cada vez que ele não satisfaz seu instrutor ele é punido com uma descarga elétrica.

Uma briga de cães consiste em colocar dois cães pit bull terrier, previamente treinados, para se confrontarem em uma luta sangrenta. A regra é simples: vence o animal que sobreviver a 30 minutos de assalto. Se ambos desistirem o juiz decide quem venceu. Uma briga dura de dois a três combates. O cão campeão, depois de costurado, é preparado para novo combate, que costuma ser fatal, pois o pit bull ataca a vítima mordendo sua jugular e a solta depois de morta, se não houver intervenção. A capacidade de nunca retroceder por medo, desenvolvida na raça através da seleção da criação, prepara um exemplar de "boa linhagem" para continuar lutando por duas ou mais horas, independente da desidratação, exaustão, fadiga muscular ou qualquer outra sensação de desgaste. Dependendo de sua determinação para lutar um cão pode valer milhares de dólares. O critério de seleção de um cão é sempre testando-o em um combate.

Na primeira metade do século passado era comum na Europa as brigas entre cães e touros. Por isso, a raça inglesa Bull Terrier - cruzamento do Bulldog, o antigo terrier inglês branco e o Pointer espanhol - deu origem a esse novo cão, que pode ter sua agressividade instigada e é valente, a ponto de preferir morrer a largar sua presa. Segundo os criadores de Natal, sua mordida pode eqüivaler a uma tonelada e ele é capaz de estraçalhar qualquer animal.

Na Ásia é comum as brigas entre esses cães e os ursos. O divertimento consiste em amarrar um urso a uma corda e, depois soltar os bull terriers para atacá-lo. Como os dentes e as garras dos ursos são arrancadas não podem se defender dos cães que lhe mordem e arrancam pedaços. Um só urso pode passar por esta terrível prova três vezes por dia e centenas de vezes por toda sua vida.

O primeiro projeto de lei em defesa desses animais, foi em 1822, na Inglaterra. De autoria de Richard Martin pretendia proibir as brigas entre pit bull e touros. Não logrou aprovação . Essas brigas cresceram, principalmente, depois de 1835, quando se proibiram as arenas de touros.

Sabe-se que no Brasil as brigas de cães, apesar de proibidas são realizadas na clandestinidade e que a promoção dessas rinhas já chegou emMinas Gerais, e sobretudo na Bahia, acontecendo em casas particulares. São ilegais e não deixam rastros de existência organizada no Brasil, apesar se ter notícias delas em todo nordeste e sul do país.

Na maioria das vezes, quando um pit bull é adotado como animal de companhia, ele se torna dócil. Mas, acontece que à menor demonstração de agressividade seus proprietários se assustam condenando-os a viver em correntes curtas e cubículos ou desfazem dele. Devolvem-no aos criadores ou os doam a criados que os levam para a difícil vida de favela.

No nosso entendimento criar cães para brigas e promover brigas de cães é crime e pode ser enquadrado na Lei 9.605/98.

BRIGA DE GALO

Por volta de um ano o galo já está preparado para a briga e passará por sessenta e nove dias de trato. No trato o animal é pelinchado - o que significa ter cortadas as penas de seu pescoço, coxas e debaixo das asas - tem suas barbelas e pálpebras operadas. Iniciou, pois uma vida de sofrimento, com o treinamento básico. O treinador segurando o animal com uma mão no papo e outra no rabo, ou então, segurando-o pelas asas, joga-o para cima e deixa-o cair no chão para fortalecer suas pernas. Outro procedimento consiste em puxá-lo pelo rabo, arrastando-o em forma de oito, entre suas pernas separadas. Depois, o galo é suspenso pelo rabo, para fortalecer suas unhas na areia. Outro exercício consiste em empurrar o animal pelo pescoço, fazendo-o girar em círculo, como um pião. Em seguida, o animal é escovado para desenvolver a musculatura e avivar a cor das penas, é banhado em água fria e colocado ao sol até abrir o bico, de tanto cansaço. Isto é para aumentar a resistência.

Chega, então, a hora do treinamento de cotejo, quando o galo é posto para brigar com outro, só para treinamento, usando buchas nas esporar e biqueiras de borracha no bico. A biqueira que prende os dois bicos, é para treinamento do tiro de pé e a biqueira que prende o bico superior é para que o galo possa prender o seu adversário, sem machucá-lo. A biqueira é retirada para se verificar o rendimento, mas nesta fase os animais são separados antes de se machucarem.

O galo passa a vida aprisionado em gaiola pequena, é privado de sua vida sexual normal, só circulando em espaço maior, nas épocas de treinamento, quando é posto na passadeira, que mede 2m de comprimento de 1m de largura.

Chega a hora do galo ser levado às rinhas. Depois da parelha (escolha dos pares), vem o topo, que é a aposta entre os dois proprietários. São, então, abertas as apostas e as lambujas. Os galos entram no rodo calçados com esporar postiças de metal e bico de prata (o bico de prata serve para machucar mais ou para substituir o bico já perdido em luta). A luta dura 1h15m, com quatro refrescos de 5m. Se o galo é "tucado" (recebe golpe mortal)ou é "meio-tucado" (está nocaute) a platéia histérica aposta lambujas, que são apostas com vantagens para o adversário.

Se o galo ficar caído por 1m o juiz autoriza o proprietário a "figurar" o galo (tentar colocá-lo de pé). Se ele conseguir ficar de pé por 1m a briga continua. Se deitar é perdedor. O galo pode ficar de "espavorido", quando leva uma pancada muito dolorosa e abandona a briga.

Se a briga durar 1h15m sem um deles cair há empate e o topo perde a validade. Faz-se apostas até sobre o refresco.

Galo carreirinha é aquele que percorre o rodo correndo até cansar o outro que está correndo atrás dele para depois abatê-lo. Galo canga é aquele que cruza o pescoço dele com o do outro, forçando para baixo até que o adversário perca a postura de briga. O galo velhaco é aquele que, no meio da briga, entra por debaixo das penas do adversário, quando está sendo atacado e depois o pega de emboscada.

Tudo isto comprova que as brigas de galos são cruéis e só podem ser apreciadas por indivíduos de personalidade pervertida e sádicos.

BRIGA DE CANÁRIOS

O principal argumento dos rinheiros para justificar essas disputas é o fato de que os canários brigam espontaneamente na natureza.

A ave tem de fato o sentimento de posse da terra, que se manifesta por meio do canto. O território será tanto maior, quanto for a extensão do canto. O canto do canário tem grande alcance em por conseqüência, na natureza vive em território amplo e em casais. No estado silvestre essas aves só lutam para defender o território onde vão se acasalar e ter sua prole. Nunca por instinto de luta. Dessa forma as lutas só acontecem na época da reprodução, a partir de agosto e setembro, e terminam pela fuga inevitável do vencido. Durante o fim do outono e do inverno, vivem em bandos sem território e não há nada que os faça lutar.

Ademais, quando há invasão de território nem sempre acontece a briga. Os animais tem um código de comunicação, que permite um diálogo antes da disputa. Os pássaros eriçam as penas para intimidar o adversário que, também, pode fazer sinais de apaziguamento e abandonar o território, pondo termo à disputa.

Outro argumento usado pelos rinheiros é que as competições tem o objetivo de apurar a raça e defender a espécie da extinção.

Muito pelo contrário do que dizem, na natureza o animal se preserva melhor, pois um canário que foge ou perde seu território, pode constituir um novo e reproduzir, e ser um bom reprodutor, independentemente de ser bom de briga. Considerando que nem todos os canários servem para briga e que o cativeiro não é necessário para preservar a espécie, o que os rinheiros estão aprimorando? Ninguém aprimora uma raça em cativeiro para o bem da própria raça; no fundo isso é sempre feito para lucro do homem. Uma das coisas mais difíceis é criar uma espécie em cativeiro e reintroduzi-la na natureza. Não só pela dificuldade de adaptação da espécie, como pela exiguidade de áreas apropriadas.

Os canários para briga são alimentados com sementes de maconha e o remédio Melhoral dissolvido em água. Além disso, o estímulo sexual, provocado pela presença da fêmea e da aplicação de massagem no peito dos bichos, é usado para atiçar os animais contra um outro pássaro. O perdedor não tem perdão: se sobreviver à ira do adversário morre esmagado nas mãos do criador revoltado com sua derrota. E se ganhar não fica com a fêmea, é guardado para outra rinha.

Na verdade o objetivo das rinhas é ganhar dinheiro com as apostas e com a comercialização das aves, um negócio multimilionário, onde os canários são um instrumento cruel de exploração financeira.( Edna Cardozo Dias, in SOS ANIMAL)

OS RODEIOS

Os rodeios surgiram no velho oeste da América do Norte, no final do século IX.

Os homens que trabalhavam com o gado costumavam rodeá-lo e laçá-lo a fim de recolhê-lo, donde o surgimento da palavra rodeo.

A título de divertimento passaram a exibir e disputar atos de destreza e bravura na montaria, o que acabaram transformando o que era uma brincadeira em brutalidade e selvageria.

No Brasil os rodeios costumam figurar como atração popular em exposições de gado. Hoje, se organizam festas de peões boiadeiros com a finalidade de se disputar prêmios milionários, que enriquecem os promotores e os participantes do evento.

Nos rodeios há duas modalidades de montagem: cavalo e touro.

O rodeio em cavalo tem três estilos de montaria. O que os diferencia é basicamente os equipamentos utilizados, que obrigam a mudança do jeito de montar: cutiano, estilo tipicamente brasileiro, que usa sela, sedém e rédeas. O saddle bronc usa sela americana sem pita. O bareback é outro estilo de sela americana, bem pequena, e com pequena alça para apoio da mão.

Na montaria de touros usa-se o sedém e uma corda americana envolvendo o tórax com nó de ajuste ( peiteira), em que o peão segura com uma das mãos.

Juizes de pista avaliam o desempenho do conjunto. Uma dupla de palhaços salva-vidas ajuda o peão que vai ao chão a livrar-se de possível investida do touro. Uma madrinha ajuda a tirá-lo da montaria.

Depois que o locutor anuncia a abertura dos rodeios, a imagem de Nossa Senhora Aparecida é levada para dentro da arena, saudada por fogos de artifício e desfile de bandeiras, além da oração silenciosa de cada peão, que pede proteção e fama.

Os cavalos e touros de rodeio não são bravios nem indomáveis. São mansos e em geral estão no último estágio de miséria. Quando saltam e corcoveiam para derrubar o cavaleiro, estão apenas procurando fugir da dor, que lhes é deliberadamente imposta para fazê-los parecer furiosos.

Não só durante o espetáculo, como antes da partida e nos treinos, são espicaçados e esporeados e tem seus órgãos vitais comprimidos de maneira insuportável, às vezes com feridas abertas ou cicatrizes recentes provocadas pelos treinos, e por cordas grossas e ásperas.

Para o animal pular, saltar e corcovear é que são utilizados o sedém, as esporas, as peiteiras, além de choques elétricos nos órgãos sexuais.

O sedém consiste em uma tira de crina de animal que é fortemente amarrada no flanco inguinal ( virilha) do animal. O resultado é a compressão dos uréteres ( canais que ligam os rins à bexiga ). O prepúcio, o pênis e o escroto são, também, comprimidos, o que faz o animal saltar desesperado, procurando se desvencilhar do incômodo e da dor.

As esporas pontiagudas são usadas nas botas dos peões e servem para fincar o animal no baixo ventre, peito, pescoço e cabeça, podendo até cegá-los.

As peiteiras são cordas de couro fortemente amarradas em torno do peito do animal, causando-lhes lesões e dor. No boi são colocados sinos nas peiteiras. As peiteiras promovem a sensação de asfixia, cansando medo e derrame de adrenalina. Seu objetivo é fazer o animal pular para se desvencilhar da dor.

Nos rodeios de touros, eventualmente, se colocam até gatos debaixo da sela, tudo no intuito de fazer o animal saltar.

Os laços são usados na modalidade de pega garrote, calf roping e bulldog, entre outras, e causam a queda do animal, que sofre luxações e fraturas.

Outra modalidade é a "mesa da amargura", colocada no centro da arena para que o animal nela colida.

Antes de entrar na arena os animais são provocados com choques elétricos e estocadas com instrumentos contundentes, para enfurecê-los.

Fraturas em pernas e pescoços são o resultado mais freqüente.

Muitos desses animais são comprados nos matadouros e depois de estourados nos rodeios são novamente vendidos aos matadouros.

VAQUEJADAS

A vaquejada é um espetáculo genuinamente brasileiro e nasceu na cidade de Santo Antão, em Pernambuco. Dois vaqueiros, um denominado puxador e o outro esteireiro , montados em cavalos, acompanham um boi desde a saída da sangra ( box feito para a largada da rés) até a faixa de julgamento . Ali devem tombar o boi ao chão, arrastando-o brutalmente, até que mostre as quatro patas. Caso queiram aumentar os pontos com o feito, no ato da derrubada, o boi tem que cair de patas para cima.

As chamadas apartações que eram feitas até a primeira metade deste século nos sertões nordestinos eram presenciadas por multidões que se deslocavam de grandes distâncias para ver as atrocidades impostas aos animais. Isso era feito no tempo em que o gado era criado em campos abertos. Depois das épocas invernosas os criadores se juntavam e arrebanhavam o gado para fazer o devido reconhecimento de propriedade do animal pela marca registrada do fazendeiro ( feita com ferro quente). A derrubada era feita no final da operação, quando os bezerros já haviam sido reconhecidos através de suas mães. Cada rês que era mutilada na queda era sacrificada para servir de pasto aos participantes. As apartações já não existem hoje, depois que o gado passou a ser criado em mangas de terras cercadas pelos latifundiários .

No entanto, as vaquejadas continuam com maior freqüência a cada ano que passa. Os animais usados em vaquejadas sofrem luxações e hemorragias internas, devido ao tombo.E não é só o sertanejo que participa da " derrubada do boi". Hoje em dia, já vem entrando em cena empresários, profissionais liberais e outras categorias profissionais, como se essa prática fosse um esporte. Todo este tormento que sofrem os animais é para ganhar prêmios oriundos de rateio das inscrições pagas pelo vaqueiro.

Um mau costume de peões nordestinos é carregar um lâmina ou pedaço de osso cortante, escondido na luva, para decepar a cauda do boi, ao mesmo tempo em que o tomba. A vaquejada, sem dúvida nenhuma, se configura como simulacro de touradas, e envolve crueldade contra o animal.

TOURADAS

São Paulo sediou, de 23 a 25 de fevereiro o I Encontro Hispano-Brasileiro de Tauromaquia. O evento pretende ser o ponto de partida para a criação da Associação Brasileira de Aficionados e Criadores de Touro Bravo, hoje com quinhentos integrantes. A colônia espanhola no Brasil, e principalmente o criador de touros Fernando Marselhas, pretendem trazer as touradas para o Brasil, com claras intenções de lucro, com a desculpa de divulgar a cultura deles em nosso país.

A TOURADA E SEUS PRINCIPAIS PERSONAGENS

Considerada festa nacional na Espanha, a tauromaquia é uma lide que teve origem nas idades clássicas e orientais e, inclusive na época paleolítica, conforme demonstram as pinturas rupestres. Em Portugal e na França ela se desenvolve com modalidades próprias, e na América espanhola, o México domina o movimento taurino. Colômbia, Equador, Peru e Venezuela são os países sul-americanos onde a tourada também é praticada. Às vezes as corridas se realizam em " Plazas Mayores" dos povoados, cujas saídas são obstruídas. Porém os locais mais usados são as " Plazas de toros". A de Sevilha data de 1707 e a primeira construída em Madri é de 1743. A disposição do anel ou redondel é semelhante á de um circo romano, com um espaço circular de areia no centro, onde ocorre a lida, rodeado por uma arquibancada mais ou menos alta, destinada aos matadores. A tourada a cavalo foi praticada, no início por personagens da aristocracia, auxiliados por pagens. Depois, passou a ser praticada por pessoas rudes Cada toureiro tem como ajudantes o picador que vem a cavalo e os "banderillos". Os toureiros rezam diante de um altar privado antes de entrar na arena. Os picadores e outros subalternos descem as ruas em carros abertos, os clarins anunciam a entrada da " cuadrilla", e está armado o circo, de onde o boi só sai morto.

A PREPARAÇÃO

Antes da corrida o boi é preparado da seguinte forma: são colocados tufos de papel molhado em seus ouvidos, seus chifres são cortados para que se desoriente, vaselina é colocada em seus olhos para nublar sua visão, chumaços de algodão são colocados em suas narinas para obstruir sua respiração, soluções irritantes são passadas em suas pernas para que cambaleie, agulhas são inseridas em seus órgãos genitais. Seus chifres são lichados, para que fique mais indefeso. Depois de drogado é confinado em cubículo escuro, o " chiquero", com o intuito de lhe incutir terror. Fortes laxativos são-lhe ministrados na véspera, para que enfraqueça e sacos de areia são colocados na altura dos rins. É assim que se prepara um touro para a brava luta.

Os cavalos, também, sofrem preparação. Suas cordas vocais são cortadas, seus ouvidos tampados com chumaços de papel molhado e seus olhos são vendados.

A BRAVA LUTA

Quando o touro é solto e a caminho da arena, já lhe cravam o primeiro arpão. O animal entra na arena desorientado, procurando um meio de sair. O picador fere com uma lança o pescoço do touro. Teoricamente, deve penetrar apenas a ponta de aço de 3 centímetros, mas sempre cravam também os 11 centímetros que seguem até a base da haste, o que representa uma ferida de 14 centímetros de profundidade e até 40 centímetros de extensão. Alguns picadores retorcem a lança para aumentar a penetração, apoiam-se no cabo ou ferem o costado, para provocar uma hemorragia abundante ou ferir o pulmão. Cada touro recebe uma média de 3 a 4 golpes de lança.

Os " banderillos" enterram afiados arpões metálicos com 5 centímetros ou mais de ponta e cabos enfeitados nas mesmas feridas abertas pelas lanças, ou perto delas. As " banderillas" balançam à medida que o animal corre e investe contra os picadores, aumentando ainda mais a área ferida. Essas feridas e as " banderillas" presas ao pescoço impedem que o touro levante a cabeça. Se o touro mantivesse a cabeça erguida, o " matador" precisaria subir numa escadinha para matá-lo, o que não seria muito prático.

O matador crava a espada de quase um metro, de modo a tentar lesionar o coração ou algum vaso sangüíneo importante. Isto não ocorre quase nunca. Na realidade, o pulmão é sempre atingido e o animal cai vomitando sangue, sufocado em sua própria hemorragia. A essa altura, o touro já está quase morrendo, urinando descontroladamente, com suas funções vitais em colapso. Ferozmente acossado, aterrorizado o animal cai não só sangrando, mas chorando. Finalmente, é dado um golpe com o intuito de secionar a medula espinhal, Se a medula não é secionada mas apenas danificada, o animal fica semi-paralisado, ainda vivo. Isto não impede que sua orelha seja cortada, seu rabo cortado e que seja arrastado ainda vivo para ser esquartejado.

AS NOVILHAS

Na Espanha são realizadas as touradas cômicas, em que anões e palhaços substituem os " matadores" e bezerros entram no lugar do touro. Os bebês sofrem uma morte prolongada e agonizante. Em alguns eventos, chimpanzés são vestidos como matadores. Este é um dos mais deprimentes espetáculos da Terra.

No México os bezerros são usados em escolas de touros, onde alunos de 14 a 20 anos massacram o pobre animal. Este ritual covarde está mais para vodu e hitlerismo que para esporte ou cultura.

Touradas. Extinção já!

FARRA DO BOI

Todas as Semanas Santas, em Santa Catarina, descendentes de açorianos, associando o boi a entidades pagãs, supliciam bois até a morte, representando a linchamento a vitória do cristianismo sobre os mouros.

Munidos de paus, pedras, açoites e facas, participam da farra, homens, mulheres, velhos e crianças. Assim que o boi é solto a multidão o persegue e agride incessantemente. O primeiro alvo são os chifres, quebrados a pauladas. Em seguida tem os olhos perfurados. Se o animal foge para o mar é arrastado pela multidão e o suplício continua. Seus cascos às vezes são arrancados e o animal é obrigado a correr pelas ruas com as patas em carne viva. A tortura só termina quando o animal, horas depois, já com vários ossos quebrados não tem mais forças para correr às cegas, sendo definitivamente abatido e carneado para um churrasco. " O bicho pula e escoceia, tenta cornear os mais próximos, mas a lâmina aguda de mil facas e até canivetes transformam-no em uma posta de sangue. Abrindo caminho ele corre...e tropeça... e cai. Porrete em riste, os mais selvagens já lambuzados de sangue da vítima malham, malham até a morte do indefeso. Está consumada a Farra do Boi." ( descrição de João Manito, Revista Brasília).

Tudo veio a público com uma carta da escritora Urda Kluger ao Jornal o Globo, no ano passado e cuja cópia chegou às mãos do jornalista e ecologista Dagomir Marquezzi, de " O Estado de São Paulo", por uma sócia da Liga de Prevenção da Crueldade contra o animal, Renate Marianne Perez, de Campinas. Dagomir Marquezzi encabeçou a campanha em sua coluna Recado Ecológico, que agora alcançou vulto internacional, chegando a ser tema até de teses de mestrado.

Por trás desse tumor social, como bem chamou Dagomir Marquezzi, existe uma máfia dos criadores de gado ( nessa época o preço do boi aumenta), dos donos de restaurantes do litoral catarinense ( compram boi e entregam aos pescadores em troca de fornecimento preferencial do peixe, empresários ( que oferecem boi como brinde para a festa), frigoríficos ( que alugam o boi para o suplício).

Enquanto os adultos praticam a farra do boi as crianças praticam a farrinha. São bodes e até filhote de gato, nada escapa, noticiou o Diário Catarinense, de 13 de abril de 1987. Crimes cometidos por crianças, mas guiadas por aduldtos, os mestres.

As entidades ambientalistas logo se mobilizaram para deter esta barbárie: Em 3 de março de 1988 Ana Maria Pinheiro protocolou representação junto à Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e Interesses Difusos do Ministério Público Federal.

Em 25 de novembro de 1988 a Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal, através de sua presidente e advogada, Edna Cardozo Dias, encaminhou petição à Promotoria de Justiça do Estado de Santa Catarina, para propositura de medida cautelar e ação Civil Pública contra o Governo de Santa Catarina, bem como petição à Assembléia Legislativa pedindo que o Senhor Governador e fosse julgado por crime de responsabilidade.

Em 26 de abril de 1989 as entidades do Rio de Janeiro APANDE - Associação Amigos de Petrópolis, Patrimônio, Proteção dos Animais e Defesa da Ecologia, Liga de Defesa dos Animais, SOZED - Sociedade Zoofila Educativa e Associação Protetora dos Animais, ajuizaram Ação Civil Pública contra o Estado de Santa Catarina, que foi julgada procedente , em Recurso Extraordinário pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que não teve decisão favorável em Santa Catarina. O relator Francisco Resek deu parecer favorável á proibição da Farra do Boi, que entretanto deixou o Supremo para ser representante do Brasil na Corte Internacional de Haia. O Ministro Maurício Correa pediu vistas do processo a fim de tumultuar, mas sua estratégia não surtiu efeito.

Em 12 de abril de 1990 a União em Defesa da Natureza encaminhou denúncia ao Dr. Romeu Tuma, então Secretário da Receita Federal e Diretor da Polícia Federal, referente a crimes de sonegação fiscal relacionados com a Farra do Boi, com a afirmação de utilização do caixa 2 para a compra e doação de bois por parte de políticos catarinenses.

Em 23 de março de 1992 as organizações Quintal de São Francisco, União Internacional Protetora dos Animais - UIPA, Associação Protetora dos Animais São Francisco de Assis - APASFA, TUCUXI - Grupo de Proteção ao Boto, APANDE - Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal, União em Defesa da Natureza, Associação de Amparo aos Animais, Sociedade Norte- Mineira Protetora dos Animais, dirigiram denúncia ao Dr. Aristides Junqueira, então procurador Geral da república, solicitando providências legais do Ministério Público.

Foram várias viagens realizadas pelos ecologistas a Santa Catarina e Brasília no intuito de coibir a Farra. Lideraram incansavelmente o movimento Ana Maria Pinheiro, Sônia Fonseca, Claudie Dunin, Edna Cardozo Dias, Fernanda Colagrossi, Lya Cavalcanti, Márcio Augelli, Dorival Valverde, Antônio Carlos Gandara Martins, Deise Jankovic, João Cabral, Renate Marianne Perez, entre outros.

O Deputado Fábio Feldman propôs projeto de lei tipificando como crime a realização de festejos com morte de animais, não tendo acabado de percorrer todos os seus trâmites regimentais.

Mas, nada disso foi capaz, até agora de deter a fúria da multidão de sanguinários e o sadismo latente no ser humano. Atos de vandalismo criminosos, martírios atrozes são praticados contra animais inofensivos, tudo com o consentimento das autoridades governantes e religiosas, que outorgam patente de cultura a esta selvageria: a vergonha nacional por excelência, o passaporte da interioridade moral e intelectual de um povo. O Governo de Santa Catarina criou uma comissão de Estudos que considerou a Farra do Boi como movimento cultural. Nem os mangueirões para a realização do espetáculo foi suficiente para tornar a vigilância policial eficiente.

Podemos chamar de pacíficos cidadãos que, para se divertir, assassinam boi e vacas a pontapés, pedradas e navalhadas? Podemos chamar de pacíficos demagogos desonestos, que liberam o direito de torturar os animais ao arrepio da lei? Um país civilizado pode continuar ignorando esses crimes e esses atentados aos direitos de qualquer ser vivo? Podemos classificar a Farra do Boi como a neo - incultura brasileira em toda sua glória. Festa que o governo catarinense, que se diz democrático, qualificou de manifestação de cultura popular catarinense.

Um autêntico conceito de cultura é unicamente aquilo que eleva o homem acima do instinto e o leva a viver em harmonia com a ética, rejeitando do passado tudo o que, atavicamente o mantenha na brutalidade e grosseria.